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sexta-feira, 18 de julho de 2025

Beijo da Manhã



Beijo da Manhã

De prazer e amor são os apaixonados
No beijo da noite e no sorriso da manhã.
São dois corações felizes, compartilhados,
Por momentos febris com gosto de maçã.

No lençol da manhã, ainda mora o desejo,
Entre suspiros e migalhas de paixão.
Olhares sussurram segredos num beijo
E os corpos florescem na mesma canção.

O vento do inverno carrega promessas,
Num abraço quente para se aconchegar.
A cada gesto tudo se enlaça e recomeça
No prazer dos amantes a se entregar.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Beijo da Noite



 Beijo da Noite

A paz que desce sobre a noite cresta ondas de ternuras sobre minha alma morena. 

Lustra meus lábios com brilhos ardentes de teus beijos onde as estrelas do céu vem suavemente pousar lumes na minha boca.

Incitam-me piscares sobre os incansáveis campos dos teus dias, desejosos por nós de infinitos prazeres multiplicando-se em beijos na noite.

Instigante, confessas-me que o noturno vem me amar, como só tu saberias me encontrar com a mesma cor em teu olhar, com a igual doçura daquela rosa que deixara ao meu lado para sempre te aguardar....

E não encontro sequer um não que o  retire desse meu colo atordoado,  por entre as seivas das minhas mãos envolvendo-te da minha pele recoberta de confissões e sonhos ansiosos que agora descem pelo corrimão do céu para que eu te enlace desejosa sob o edredon.

 E te quero comovido num profundo respirar em meus sentidos. E te aqueço do frio do inverno nas mantas do meu amor, pois teu corpo de loucuras e vertigens cingem-me das baladas que entorpecem as gravuras desenhadas na cabeceira da nossa cama desalinhada.

Rastreiam-me arrepios pela espinha, comprimindo os ares quentes dos becos sem saídas magnetizando teu tórax sobre meu ventre.

Transbordo-te num mar noturno sem salvação, náufraga no teu aconchego ao eternizar o calor dos lençóis e da noite arfante aos nossos ouvidos em delicias de amor.

 És meu louco do bem, entre céus e infernos, verões e invernos, borrascas e brisas, planícies e precipícios, águas marinhas e cachoeiras.

 Tu és o arquiteto do meu solo e o subsolo desse meu amor por ti.

E te elevo por ondas e desfiladeiros, pois ardiloso, 

bem sabes que és meu doce mar e toda essa minha inundação....

 Meu louco ! Meu prazer !


Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®


Ilustração / Imagem Pinterest

terça-feira, 1 de julho de 2025

Linguagem do Coração



Linguagem do Coração

Existem vozes que me levam a pensar
Que o amor renasce dentro do poema
E toda palavra se estende ao linguajar
De um coração sem qualquer estratagema.

É apenas coração pulsante, fervoroso,
Decifrando sinais para sua concepção
Ao refletir dogmas do tempo amoroso
Quase intangivel para sua transcrição.

E assim, me deixo guiar por entre os versos,
Onde o amor se revela em forma e essência,
Desatando os laços mais controversos
Num rito íntimo de pura reverência.

Pois há na poesia uma luz escondida,
Que do amor faz morada e argumento,
E ao nomeá-lo, devolve-lhe a vida
Como sopro etéreo do sentimento.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®

Ilustração / Imagem Pinterest

sábado, 21 de junho de 2025

Minha Rua



Ilustração / I A

" Minha rua tinha casas brancas e coloridas
todas com uma área de varanda na frente
com mureta para apreciar o tempo e a vida." 
Vilma Orzari Piva


Minha Rua

A minha rua era cheia de crianças,
de todas as idades, tudo misturado.
Havia brincadeiras nas tardanças,
sem qualquer perigo no asfaltado.

Meninos com bolinhas de gude
jogavam no triângulo já riscado,
as meninas brincando com atitude,
saltando amarelinha, bem arriscado.

Ainda jogavam bola, drible e golzinho,
matança, pular corda e balança caixão,
muita correria no pega-pega, ou sozinho
no esconde-esconde, polícia e ladrão.

Era uma rua plena de vozerio e alegrias,
e nas calçadas, as pedras portuguesas
sabiam dos passos e das boas parcerias,
e do cheirinho dos quitutes sobre as mesas.

Minha rua não temia o passar das horas,
pois cada tarde era eternizada em harmonias.
Hoje mora, ali, o tempo das memórias d’outrora,
e da infância viva debruçada em belas cercanias. 

Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®



Obs  * Brincadeiras de crianças citadas na poesia  
       nem sempre conhecidas:
* Matança - essa brincadeira equivale ao jogo de "Queimada"
* Balança Caixão - uma variação do esconde-esconde 


segunda-feira, 16 de junho de 2025

Prelúdio Do Teu Olhar


Prelúdio Do Teu Olhar

Teus olhos atentos souberam projetar a solitude,
a distância e o silencio entre piscares de um desejo
e não posso negar que me habita essa tal virtude
de querer-te apaixonadamente despido num beijo.

Tuas mãos, mapas trêmulos na minha pele ardente,
escrevem segredos no véu do meu arrepio calado,
e no roçar dos nossos mundos, quente e urgente,
sou chama que se inflama no teu corpo derramado.

E se no teu olhar arde o mistério do infinito,
me lanço inteira nesse abismo que me consome,
feito verso febril no limite do que é bendito.

Que seja teu o fogo, o gozo, o sal do meu nome,
e que nessa entrega onde o pudor desfalece, admito:
que eu refloresça em ti - onde o amor se reconhece.


Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®


Ilustração / Imagem Pinterest

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Reverso



 Reverso

Não havia percebido a ferida do abandono
agarrada ao meu colo, num colar de angústias.
Tampouco pensei que tivesses tanto querer
respirando o meu ar quente, inconfessável.

O que sei é que não pude dizer todo o meu amor
debaixo da tua pele, incendiando cada poro meu,
nem do meu ser comovido misturado às tuas línguas
nas salivas e tremores, em ousadias do ontem.

Agora só resta o tempo para o desalinho,
teu cheiro escondido nas dobras da saudade,
e o eco da distância latejando em meu caminho.

Mas ainda que o tempo me roube o verso
teu nome escorre em mim feito vinho raro,
ardente presença embebido no meu reverso.


Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®


Ilustração/ Imagem Pinterest

sábado, 31 de maio de 2025

Ecos da Poesia



Ecos da Poesia 

Sei que não sou aquela que você pensava
Entre nomes suspirantes na costa do silencio
Tampouco sou matéria palpável que esperava
Caber num verso espelhado de prenuncio.

Mas ressurgi sobreviviente das tempestades
Procurando o farol da ilusão nos ecos da poesia
Com lágrimas nos olhos e sorriso de serenidade
Ao encontro do paraíso inalcansável da estesia.

Somos feitos das vãs ilusões murmurantes
Da complexidade de ser e do não existir
Um tanto do lume das esperas vibrantes
Na palavra que insiste em nunca partir.

E se não fui o fulgor de teus ideais,
Fui brisa entre as margens que soletraste,
Fragmento de luz no tempo que calaste.

Agora sou verso em abismos siderais,
Silêncio que canta essa ambiguidade,
Eco da palavra que em mim eternizaste.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®


Ilustração/ Imagem Pinterest

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Cartografia do Sentir

 


Cartografia do Sentir

Há momentos que suponho ser um convite
A bailar no mais secreto dos meus sonhos
Esses ares de vento, numa lufada que permite
Aflorar o meu sentido de rio onde componho:

Ora remanso em teus braços de aconchegos,
De margens seguras e paisagem enluarada.
Ora cachoeira em teu corpo de desassossegos,
Em águas de alvoroço, em ti mergulhada.

Então sou a dança das águas junto ao vento
O ritmo das cheias, das chuvas, e das vazantes,
O sentido e o percurso do meu pensamento.

E quando em ti deságuo sem resistências,
Traço no teu corpo as rotas do meu sentir,
Mapa onde repousa minha alma em latências.


Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®


Ilustração/ Imagens Pinterest

terça-feira, 20 de maio de 2025

Espelho das Promessas




Espelho das Promessas

Olhei-me profundamente no espelho
E conferi meu rosto calmo e maduro
Na promessa que fiz a mim mesma
De não deixar que o mundo endureça
O que em mim é sonho e levezas.

Olhei-me e prometi deixar para trás
O que não mais encanta meu coração
Ainda que estivesse cheio de memórias
Pensando em alguém antes de mim.

Prometi não silenciar a alegria da minha voz
Se nelas couberem minhas escolhas
Prontas para vivenciar o que me habita
Porque em mim há uma força tranquila
De ser quem sou aprendendo a me olhar.

Portanto hoje escolhi lembrar-me ....
por amor a mim.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®


Ilustração / Imagem Pinterest

terça-feira, 13 de maio de 2025

Entrelinhas

 


Entrelinhas

Quando o dia escurece por sobre os telhados
E a luz da noite cintila em meus cantos dissolvidos
Vejo a face da tua ausência no meu vazio marejado
De águas silenciosas percorrendo roteiros ilhados.

Procuras o sonho, o incansável infinito dentro de si
O apagar das pegadas do ontem e a busca do novo.
As descobertas que curam feridas e o giro do tempo
Entre as buscas e as vozes que sabem dos teus ecos.

E surpreendes-me! Quantos experimentos e visões
Sonhando o invisivel para tuas mãos  de carícias
E para os ardores que acaloravam minhas pernas...

E revelas-me senhor de suas próprias decisões,
Capitão de seus próprios mares de pericias,
Hábil guardador das entrelinhas eternas.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®


Ilustração / Imagem Pinterest