Entre o Pranto e o Amor

Entre o Pranto e o Amor

O tempo voou rasgando caminhos inesperados

Nas rotas do destino sob o céu de uma tarde.

Trazia uma lâmina para um coração desavisado

E a tristeza de um pesar sem grande alarde.

E entre as sombras da breve cumplicidade,

Foram-se sonhos que os ventos levaram

Deixando eternas pegadas de saudade,

Das passagens que nunca mais voltaram.

E o peito ferido contando minutos, dias,

Horas, entre momentos claros e escuros,

Gritou sua dor, sangrando em poesias

As cores da ausência de um amor tão puro.

Assim o tempo, cruel e ao mesmo tempo terno,

Tornou-se trajetória de um destino a se recompor.

E nas sendas da vida em seu ciclo eterno,

Impõe-me caminhos entre o pranto e o amor.

Vilma Orzari Piva

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Haicai - Arrebol

Arrebol 
Aquarela-se o diaem cores à luz do sol.
Abre-se o arrebol!

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Vilma Orzari Piva

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Haicai - Canto

Canta o poeta

versos de um momento

da poesia pontual.

****

Assim é o sinal

da palavra e o astral

do poema habitual.

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Vilma Orzari Piva

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Haicai - Esperança

 

Esperança

 

Na esperança

o coração é alegria_

pura confiança. 

***

Na esperança

 forte é quem se levanta_

perseverança.

***

Na esperança

o sonho não se acaba_

o tempo trança.

***

Vilma Orzari Piva

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Somos Silencios

"Somos silencios presos em molduras" 

Frase retirada do comentário do Jornalista Douglas 

 

Somos Silencios

Somos silêncios presos em molduras

E também vozes em gritos inaudíveis.

Somos todos reféns das conjecturas

E também solidão de asas incríveis.

Somos silencios que o tempo revela

Em fotos e lembranças guardadas de nós.

E, ao mesmo tempo, um querer que atrela

A esperança em um murmúrio à sós.

Presos em molduras, também somos fuga,

Na sombra dos dias e no eco da vida,

Refletindo sonhos que o tempo conjuga

Num vazio que, ao longe, guarda a partida.

E assim, somos livres e presos na dança

Ora, a solitude no vento que passa,

Ora, uma chama que não se cansa...

Somos o paradoxo que a todos abraça.

Vilma Orzari Piva

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À Sombra do Silencio

À Sombra do Silencio

(Rondel 46)

Ao redor, a voz do silencio propõe sonhos

E revisita meu olhar molhado de ternura

À sombra do sorriso que ainda sobreponho

Lembrando do ontem, felizes na moldura.

Ao longe, uma canção me leva e transponho

Minhas mãos vazias ao lúdico da procura.

Busco motivos, lugares, e não me oponho,

E revisita meu olhar molhado de ternura.

Mas meus sonhos já não tem mais doçura,

Nem pressa para chegar ao mais risonho

Pois, eles também aguardam sua feitura

Na calçada da solidão, onde pressuponho,

Ao redor, a voz do silencio propõe sonhos.

Vilma Orzari Piva

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Imagem gerada pela IA inspirada na poesia

Faz de Conta

Faz de Conta

Faz de conta que o amor desencantou

E que a saudade foi um mero desafio.

Faz de conta que o tempo se enganou

Que foi só um equívoco de dias sombrios.

Faz de conta que a ausência é leve brisa
E a poesia se dissolve no perfume do ar.
Faz de conta que o viver é um céu que irisa
Enquanto a tristeza se desfaz ao luar.

Faz de conta que o amanhã já despontou

Com promessas no cheiro da flor que brota.

Faz de conta que a alegria desabrochou

No beijo que trouxe o calor da aurora.

Faz de conta que o sorriso não se perdeu

E que a esperança floresce na saudade.

Faz de conta que o futuro já renasceu,

E que o amor voltará à sua verdade.

Vilma Orzari Piva

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Caminhar da Saudade

“A saudade é o que nos torna humanos......

Sem ela, seríamos apenas sombras de nós mesmos,

perdidos em um presente vazio.”

José Saramago

Caminhar da Saudade

Saudade é caminho trilhado passo à passo

calçado na lembrança viva do que fomos,

sabendo das minúcias desde um abraço

envolto de tudo que tivemos e perdemos.

E a saudade dói, ela nos faz calar e chorar,

nos faz exercitar horas de sempre solidão

em outras horas a paz do amor a murmurar

os planos de Deus e por fim a nossa aceitação.

É ela que nos lembra o quanto vivemos e amamos,

o quão felizes fomos sem saber o tamanho da dor

nesse presente da ausência que ora constatamos.

Bem disse Saramago quando escreveu que a saudade

nos dá forças, " sem ela seriamos apenas sombras

de nós mesmos, perdidos em um presente vazio."

Vilma Orzari Piva

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Clara Noite de Lua

Clara Noite de Lua

Depois do silencio e da ausência

Que trilhava a lua no infinito do céu,

Num repente se fez a evidência

Da bela claridade afastando o breu.

Num vislumbre a noite se fez dia

E as estrelas assistiam com inveja

A luz da clara noite em magia

Com ares do amor que a corteja.

E eis que minha boca num palpitar

Quase prende a felicidade a tua

Num efêmero instante a brilhar

Linda quimera nessa noite de lua.

Vilma Orzari Piva

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A Essência Do Tempo

A ESSÊNCIA DO TEMPO

O tempo é o estado presente em nós mesmos

Espelhando ao longo da vida a linha invisível do passado.

No entanto, nada é estático, a vida é uma ordem,

É preciso seguir, aceitar o caminho e ir em frente.

E como tudo na vida acontece a seu tempo

Ficamos mergulhados em perguntas sobre o tempo

Sabendo que a pressa já não faz muito sentido

E que a verdadeira alegria está no sorriso da criança.

Há de se viver um dia de cada vez, torna-lo  troféu,

Aproveitar intensamente o presente da vida

A luz de cada instante, movido pelo homem

Que eternizará o tempo dentro da própria história.

Vilma Orzari Piva

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Suspiros ao Vento

“A vida traz amor no vento e nós ventamos paixão!”

Jornalista Douglas Melo

Suspiros ao Vento

(Rondel 45)

Oh vento que passa por mim e nada diz,

Rompa esse silencio e deixe um suspirar

De amor para refazer sonhos quase sutis

Ventando a paixão nos códigos do amar.

Traga o refrigério de uma brisa que prediz

As delicias de viver enamorada a esperar

O encontro, o beijo e o momento que diz:

Rompa esse silencio e deixe um suspirar!

Envolva-me em teus ares a me procurar

Qual mensageiro dos anseios a confessar

Desejos e segredos de momentos febris

Impressas nas ventanias das mãos a sonhar...

Oh vento que passa por mim e nada diz!

Vilma Orzari Piva

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Conspiração do Amor

 

CONSPIRAÇÃO DO AMOR


Depois que beijei a tua boca
Meus sentidos gritaram amor,
Também paixão de gente louca
Sem saber se teríamos alguma dor.

Depois que toquei em teu peito
A insegurança sucumbiu ao desejo
Bem debaixo dos dedos que versejo
Tantas carícias que em ti me deleito.

Depois que deitei no teu olhar
Tudo modificou ao meu redor
E a vida ganhou sentido e cor
De sonho transbordante de amar.

Porisso há sobras de ternuras no ar
Como vultos perdidos pelos caminhos
Conspirando o retorno de mansinho,
Ao meu seio, pela tua boca de amar.

Eis minha sentença em teus vocábulos
E minha solidão nas janelas do futuro.

Vilma Orzari Piva
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No Limiar do Inverno / Reedição

NO LIMIAR DO INVERNO

Não mais importa o vento do outono

Nutrindo folhas já amareladas,

Tão pouco as vozes das madrugadas

Querendo sonhos de abandonos.

Eis que a luz insurge das centelhas

Tremulando a calidez do sereno

Sobre as casas de sol ameno,

Às portas do inverno, sob as telhas.

E deixo o sol entrar batendo na soleira

Dessa minha textura de lareira

Ardendo mantas de aconchegos,

Entre paredes, em panos de fundo,

No aceso da órbita do meu mundo

Sonho-te acalorado em meus chamegos.

Vilma Orzari Piva

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Entre Linhas e Traços

Entre Linhas e Traços

Entre as linhas que escrevo, busco teu traço

E em cada canto ouço eco das tuas palavras.

Ainda tenho tua presença e teu forte abraço

E num vislumbre quase o vejo na penumbra.

Por entre as lembranças, teus gestos ressoam

Nítidos como os dias de sol e noites de desejos.

E em cada sonho transpiro suores que ecoam

Nas horas vagas o meu perfume de mil beijos.

Pulsante é todo meu coração a cada batida

E me conforta a nostalgia de um amor ausente

À espera do reencontro, nosso ponto de partida

Sob o mesmo céu, festejando o amor presente.

Vilma Orzari Piva

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Ecos da Saudade

 

Ecos da Saudade

Ouvi o silencio dentro de mim

Tão profundo quanto estridente

Que meus olhos e ouvidos alertados

Perceberam ao longe um chamado

Batendo forte na aorta da saudade.

 

Seria tua voz solitária buscando-me tremula?

Ou seria o lúdico das palavras para me fazer sorrir?

Talvez fosse o teu carinho encontrando minha pele......

Ou seria meu desejo desenhando tua boca?

 

Ah...quanta  saudade falando em meus pensamentos

Elevando-me ao teu encontro num anseio suspirado

Onde te vejo como chama viva dentro da nossa estória.

Vilma Orzari Piva

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Sou de Lua - Haicais

SOU DE LUA

Tão louca por ti
Sou crescente quando vens.
Cresço, floresço.

Sou louca por ti
Inteiramente plena.
Sou tua lua nova.


Tão louca por ti

Que na ausência, me diluo.
 Minguante no céu.


Vilma Orzari Piva

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Devaneios

Devaneios

Despe-me as costas, sem alvoroço,

Envolta na ternura do teu abraço

Beijando lentamente o meu pescoço

Desvias o lençol que me embaraça.

Retiras dos meus ombros o dia vencido

E vens deslizar a ternura dos teus dedos

Entre carícias e o frescor da noite retida

Na pele perfumada de nossos enredos

E a tua boca marca trilhas de beijos

Desde meus ombros nus à cintura

Por entre arrepios desse nosso festejo. 

Sonho-te ! E nossos lábios de desejos

Imprimem o gosto do céu... Que doce textura,

Dando-nos o prazer de amar entre latejos! 

Vilma Orzari Piva

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Cântico Do Rio

Cântico do Rio

O rio em seu correr de águas claras

Reflete a passagem das nuvens no céu.

Leva em seu leito algumas estórias raras

E a rotina transparente de seu branco véu.

Faz do rebolo das águas a música de Deus,

Das lágimas da prece o canto das cachoeiras,

Do percurso, o alimento para o homem e aos seus

Transbordando seus riachos para novas fronteiras.

E na quietude da noite, ao remanso confessa

Os segredos do mundo por onde passou,

E nas manhãs, ao sol, sua alma se expressa,

Refletindo o cântico que sempre o guiou. 

Assim, em seu fluxo, ensina sem pressa:

A vida é barco passageiro que o rio amou.

Vilma Orzari Piva

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Haicais / Verão

Verão / Haicais

Céu azul, dia claro

Pássaros e gorgeios

Manhãs de verão!

Meio dia, sol quente,

Nem o vento aparece.

É o alto verão !

Calor abafado

Com nuvens carregadas,

Chuvas de verão!

Depois da chuva

A brisa traz o frescor.

É Noite amena!

Intensas chuvas

De um verão alagado_

Desabrigados!

Vilma Piva

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A Morte

 

A MORTE

Somos as faces de um teatro de vida

Sem saber quando a estória vai acabar.

Se fizemos ou não toda nossa lida

Não importa, ninguém irá ultrapassar.

E eis que a morte ceifa sem aviso

A persona e qualquer roteiro do riso,

Faz do último ato sua arte florida

Sobre o cortejo da dor a se lamentar....

Somos as faces de um teatro de vida

Sem saber quando a estória vai acabar.

Vilma Piva

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* Redonde - Poesia experimental -

Estilo poético criado pelo

Poeta ChicoDeGois (Francisco de Assis Góis)

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Bela Tarde

 

Bela Tarde

Sob o manto dourado do céu se esconde

Uma tarde de cores e encantos sem fim .

O sol luminoso no horizonte responde

À brisa que suavemente toca o jardim.

Os coqueirais balançam em doce harmonia

Enquanto pássaros cantam em melodias puras.

O rio, sereno, reflete a luz do dia

Num espetáculo que encanta as criaturas.

O perfume dos amores inunda o ar

E acaricia os sentidos com doce suavidade

Enquanto o tempo parece se eternizar .

Quão bela é a tarde, tão cheia de luz !

A natureza é plena de serenidade;

É um presente a celebrar e nos seduz.

Vilma Orzari Piva

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Triste Solidão

Triste Solidão

Ficaram marcas profundas

No vazio da triste solidão.

Frases soltas, moribundas,

No pulsar do meu coração.

Só um eco de saudade indica

Que a partida não modifica

O tudo que de ti me circundas

De amor em lágrimas, e na junção

Ficaram marcas profundas

No vazio triste da solidão.

Vilma Orzari Piva

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* Redonde - Poesia experimental -

Estilo poético criado pelo

Poeta ChicoDeGois (Francisco de Assis Góis)

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Flores em Poesias

FLORES EM POESIAS

Quantas flores em vivas poesias

Foram descritas em pétalas de amor...

Quantos beijos em bocas de estesias

Enamoraram-se de um buquê em flor....

Quantos infindáveis momentos

Rimaram rosas dos ventos em alegrias...

Quantas estações em mil pensamentos

Floriram amores, paixões e poesias....

Ah...quantas flores em vivas poesias

Tocaram as mãos de quem as colheram...

E quantas delas brotaram das utopias

Perfumando versos que se amaram....

Ah...quantas flores em vivas poesias!

Vilma Orzari Piva

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Renovação

RENOVAÇÃO

Mansamente, a poesia bateu à minha porta

E entrou devagarinho olhando ao redor,

Temendo acordar dores dormidas na aorta

Da saudade, onde o amor  vive e importa.

Viu uma lágrima pela fresta da paixão

Na face de um suspirar lento e demorado

Que versava silenciosamente ao cair no chão,

Quase solta por rimas de um soluço chorado.

Pé ante pé foi rastreando os meus sentires,

Acariciando o tempo e o vento que  levou

Meu coração entre bonanças e tempestades

Para ressurgir a poesia que me cativou

Espreitando alegrias e intensidades

A cada palavra que por ti me renovou!

Vilma Orzari Piva

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