Almas Gêmeas
A cadência da chuva naquela tarde
Incessantemente morna de amor
Pôs minha alma triste em alarde
Por um sonho que era um primor.
Havia nele o marulhar de um beijo
O tamborilar das mãos em poesia
Um céu descoberto de amor e desejo
E o torrencial da paixão em sintonia.
Assim, eu vi a saudade do que fomos:
Da pura ardência à triste face molhada
Que insistiu me dizer que ainda somos
A estória da alma gêmea conspirada,
A melancolia de um sonho que transpomos
No tempo, aguardando a vida sonhada!
Ilustração: Imagem Pinterest