O poeta queria mesmo ser *fraseador
Dos mundos das coisas e miudezas.
Queria o que sentia um palavreador
Durante a busca das singelezas.
Ele tinha um caso com a palavra.
Desde muito cedo via belezas
Que se juntavam à sua lavra
Como pedras em suas purezas.
Ouvia nas conchas sons do mundo
E via o rastejar das lesmas no chão,
Fazia de conta que o sapo rotundo
Era boi e viajava de sela no sapão.
Pensava na garça branca de brejo
Mais linda que uma nave espacial.
Era da roça, do chão sertanejo,
E voava com pássaros do pantanal!
Vilma Piva