Manuscritos

Manuscritos

Nos desbotados manuscritos

Havia uma estrela vesperal

Desenhada entre os escritos,

Ícone do nosso amor sideral

Eram nossos rumos aquelas pontas,

[Tais setas nos indicando o infinito]

Para os nossos sonhos sem conta

Esperançados de amanhãs prescritos.

Haviam doces juras de vidas

Em nossas letras adolescentes

Eram todas promessas sentidas

Pontuando nossos elos crescentes.

Agora só lembranças sem cor

Daqueles momentos passados,

Perdidos naquele tempo de amor

Entre dois corações apaixonados.

Vilma Orzari Piva

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Ilustração: Imagem Pinterest

Obra de Monkia Luniak

Tarde de Saudade

 

Tarde de Saudade

Quando a tarde suspira de saudade

Desprende do vento um doce rumor

Soletrando teu nome pela cidade

Entre luzes da quase noite em clamor.

E o vento ardente por saciedade

Sonha as delicias dos nossos beijos,

O paladar do amor na nossa liberdade

E nossos corpos de texturas e desejos.

E tudo ao meu redor conspira paixão,

Nas rendas do meu vestido decotado

Ainda exalando o perfume sedução

Entre meus seios, por ti, apaixonados.

Vilma Orzari Piva

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Ilustração: Imagem Pinterest

Obra de Pino Daene

Aquarela

       

Aquarela

Toda natureza se revela

Num poético espelho d´agua,

Traduzindo em  linda aquarela

Solitária garça à flor d´agua!

Na paisagem é encanto e poesia

Num belo flagrante de beleza

Em plumas brancas de estesia

Desfilando  pura singeleza.

E nosso olhar é de admiração

Nessa criação divina a me dizer:

- A mão de Deus paira soberana,

Pois Ele é o artista do  grã fazer.

Vilma Orzari Piva

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Ilustração: Imagem Pinterest

Orquídea

A convite da amiga poeta Roselia Bezerra

o soneto " Orquídea" é participante do

ARCO-ÍRIS FLORAL

em homenagem a Primavera.

Orquídea

Exuberante flor da primavera

Que hipnotiza pelo domínio

De cores como jamais houvera

Outra flor com tamanho fascínio.

Suas hastes apontam o infinito

Plena de botões nas suas floradas.

Traz nas folhas o verde bonito

De toda natureza bem amada.

Ela é a flor da vida em cores,

É guerreira na sobrevivência,

Elegante mimo para os amores.

Desfila no mundo seus fulgores,

Tal realeza de pura essência,

É real majestade entre flores.

Vilma Orzari Piva

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Ausência

Ausência

Rondel XLIII

Quando o sol desce lá no poente

E a tarde parece arder de amor,

O céu reluz o teu nome presente

Na lágrima do meu olhar em dor.

É tanta saudade frequente

Que todo dia sinto o dissabor

Quando o sol desce lá no poente

E a tarde parece arder de amor.

Fere as lembranças do teu vigor

E a nostalgia se faz  regente:

O teu peito no meu seio de calor,

Teu beijo na minha boca silente

E a tarde parece arder de amor!

Vilma Orzari Piva

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Espumas de Ti

Espumas de Ti

A água do chuveiro molha minha pele

Aquecida pelas costas do teu pensamento

Esgueiro-me pela nebulosidade

Ensaboando-me de ti...

Escorregam espumas dos meus ombros

Nas trilhas dos teus beijos demorados

E a maciez da tua língua revela-te

À procura dos meus ávidos seios.

Espalho-te em minhas mãos

Em contornos de auréolas e carícias

Sobem bolhas de ilusão na minha nuca

Nesse frio que me sobe pela espinha.

Encrespas tua barba no meu ventre

Amontôo-te em novelos de desejos

Represo–te nos meus dedos iludidos

Alongo-me contigo em reentrâncias

A profanar esconderijos de delírios.

Tu ficas em longas descobertas

Expulsando-te aos poucos de mim

Caminhas sobre minhas pernas eretas

Em suaves flocos de beijos querubins

E banham-me poros do teu calor

Águas-me cuidada de vapores

Desintegras-te... Incorporo-te.

Sou tua pele viva de amor!

*

Vilma Orzari Piva

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Classificado

Classificado

Procuram-se distraídos versos

Que se perderam da poesia,

Sem aviso e embora dispersos

Alegravam minha lida todo dia.

Tinham passaportes de viajores

E abarrotavam malas de rimas

Com mágicos ares conspiradores

Decifravam as palavras anônimas.

Possuíam essências de amores,

Perfumes da paixão e descaminhos,

Entre céus e terras, sem dissabores.

Se deles souberem, peço por favor,

Encaminhe-os à minha escrivaninha,

Eram parte de um soneto de amor.

Vilma Orzari Piva

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Procuro / Rondel XLII

Procuro

Rondel XLII

Procuro os desejos debaixo da tua língua,

Aqueles que me retornam ao teu universo,

E que saciam a fome de uma lua à míngua

Por todo o céu da boca do meu verso.

Procuro a mistura mais próxima, contígua

Do teu peito, íntima do amor imerso,

Procuro os desejos debaixo da tua língua,

Aqueles que me retornam ao teu universo.

Eis, que a saudade me deixou refém, exígua

Fonte de carícias traduzindo-me ao reverso,

Por sobre um espaço que não me apazigua

Nesse sentir amoroso até num sinal inverso,

Procuro os desejos debaixo da tua língua!

Vilma Orzari Piva

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Ilustração: Imagem Pinterest

Sedução

 

Sedução

Tentando desvencilhar-me dos teus braços

A procura das minhas roupas pelo chão,

Velejavas meu corpo nu sem encalços,

Preso aos meus remos de sedução.

Convencias-me entre dobras do lençol

Que a hora não poderia calar os mormaços,

Tampouco a noite fria, sem luz ou farol,

Apagar marcas de amor dos nossos laços.

E sem pressa no teu espaço fiquei

À procura dos teus beijos na minha boca

Bebendo-os, sedenta de amor quase louca.

De paixão, gole a gole, me embebedei,

Amada, entre ais e sais sobre teu peito,

Entregue ao prazer apaixonante do teu leito.

Vilma Orzari Piva

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Toda Canção de Amor

Toda Canção de Amor

*

Toda canção de amor

É puro hino ao coração,

Traz pauta de esplendor

E a magia da emoção.

*

Vilma Orzari Piva

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