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segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Canto da Paz




Canto da Paz

Novo dia, primeira luz,
desperta a passarada
e a cantoria reluz
na manhã abençoada.

É dia de sol e paz,
de unir sorrisos e abraços,
de secar lágrimas e cansaços,
num despertar tenaz.

Homens, mulheres, crianças,
refazem sonhos, esperanças;
e a paz, em branda espiral,
anuncia — é fim da guerra descomunal.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autoriais Reservados ®


Ilustração / Imagem Pinterest

sábado, 11 de outubro de 2025

Beijo Da Luz



Beijo da Luz

Ah, como é belo beijar o mistério da luz,
Deixar que o encanto em versos floresça
Sentir o amor que a poesia nos conduz
E o ser em alma e corpo se engrandeça.

É nesse fulgor que a alma se traduz,
Que o verbo em fogo e música acontece,
Pois do amor puro o tempo reproduz
A eternidade em tudo o que enternece.

Que o amor acenda a chama da serenidade,
E o silêncio em prece o ser reluz,
Em eco de divina claridade.

Se um verso toca o céu na intensidade,
É porque a alma, em sua plenitude,
Fez-se poema — e o poema é divindade.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autoriais Reservados ®


Ilustração / Imagem Pinterest

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Vestígios ao Luar

Vestígios ao Luar

Reconheço teus passos nas ruas sem nomes,
Nesse mero existir que transcende a  ilusão
Das promessas como se  marcas uniformes
Desenhassem  dias de silêncio e instigação.

E entre sombras te vejo, fugaz, indecifrável,
Como brisa que beija e depois se desfaz,
No espelho da memória, és toque insondável,
Ecoando bons ventos que o tempo nos traz.
 
E como quem busca vestígios do que foi essência,
Reconheço a nostalgia que insiste em nos envolver
E ainda que não me chames sei-te em cada ausência
Pois és o luar que ilumina sem jamais se perder.

Talvez amanhã o dia renasça bordado de amor
E te encontre saudoso da magia de nós dois.....

Vilma Orzari Piva
Direitos Autoriais Reservados ®


Ilustração / Imagem Pinterest


terça-feira, 30 de setembro de 2025

Vidraça do Tempo


Vidraça do Tempo

Como lâmina invisível teus ecos cortam meu universo
De sentires profundos e reconheces o sal dos meus gritos
Na vidraça do tempo entre fragmentos do meu eu submerso
A cada porta aberta de minha alma em que tu fostes inscrito.

Talvez o amor seja essa asa ferida entre a prisão e a liberdade,
Revestida dessa estranha essência ao gerar emoções
De transcendência, indagações, profundezas e sensiblidade,
E perceber-se liberta para revelar-te em minhas inundações.

E se do amor floresce a seiva do instante, a paixão é o ardor
Frente ao abismo da solidão que também nasce em poesia,
Qual fogo a nos consumir plenos de vertigem e fulgor.

És verbo secreto, és claridade tardia, fogo abrasador
A cicatriz que pulsa, viva, incessante e se revela todo dia
Mistério que em mim abrasa, queima, avassalador.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autoriais Reservados ®

Ilustração/ imagem Pinterest

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Rito Profano




Rito Profano
" Na celebração do desejo o profano é divino."

A noite em teu corpo é pura liturgia
A carne acesa, a chama que me inflama
Oferta entre pernas em pura heresia
Arrebatando-me o beijo que se proclama.

Teu hálito é desejo e tua boca é prece
E em cada beijo o fogo se derrama;
A febre pulsa, molha, e me enaltece,
Brinda o prazer que o desejo reclama.

Sou rito profano em teu altar ardente,
Sacrílega amante, perdida em loucura,
Entre suspiros meu gozo é incandescente.

E quando em delírio tua pele me guia,
Desfaço-me inteira, nua, bálsamo e cura
Num êxtase insano e teu corpo me sacia.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autoriais Reservados ®

Ilustração/ imagem Pinterest


terça-feira, 23 de setembro de 2025

Mar de Luzes


Mar de Luzes

Escasso se faz meu tempo, por isso ele me dissolve
Em teu crepúsculo, e leva –me às portas da nostalgia
Revirando meu íntimo em silencio e ainda me envolve
Dos teus passos atentos, letra a letra em poesia.

És viajante no meu destino, o pretexto que amo
Junto da lua mergulhada no teu mar de luzes.
Meu roteiro e motivo na úmida língua que declamo
Sem saber se é dia ou noite em tempos audazes.

E quando me perco nos reflexos da demora
É tua sombra que desponta em claridade
O oxigênio que me refaz além do tempo e agora.

És homem cativo de um sonho que me guia
Colhendo do meu seio a chama que persiste
Em etéreo delírio quase presença e me irradia.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autoriais Reservados ®


Ilustração / Imagem Pinterest

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Clamor de Poesia



Clamor de Poesia

O´ encanto que me tem em doce paladar
saboreando meus sentidos, minha respiração,
querendo-me inteira, devoluta, para em ti estar
em versos, aplacando a fera do desejo e coração.

Mordo cada palavra que tua boca anuncia
e surpreendes-me  ao envenenar de vontades
o tom da minha pele num clamor de poesia
entregue aos ecos que transpiram intensidades.

Talvez seja apenas um fio ardente que resiste
entre cansaços e esperas, qual lume clandestino
apontando o caminho da chama que abriste.

E assim,  em ti eu renasci do meu próprio ser
cicatrizando nossa ausência  que tanto reclamas,
pois és chama bendita que não cessa de arder.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autoriais Reservados ®

Ilustração/ Imagem Pinterest

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Versos em Vigília



 Versos em Vigilia


Apesar de tudo, o silencio não aplaca as lembranças,
elas são presentes, constantes, e assim recorrentes,
transitam entre pensamentos e se fazem pertenças
dos vivos desejos a detalhar-te ainda que ausente.

Apesar de tudo, uma forte saudade  ainda me cobre
e rasga meu peito com  toques sutis, entrecortados
entre o delirio e a oração, entre o soluço que encobre
a noite insone dos meus olhos  tristes, lacrimejados.

Apesar de tudo, vejo-te em sonhos, e eu te anuncio 
com sorriso nos lábios, coração pulsante, braços abertos
como se fora minha liturgia e redenção que sentencio,
na prece secreta, o nosso amor em versos eternos.
 
E nesse tom saudoso, amoroso, os dias passam sem alaridos,
apesar dos gorjeios dos pássaros à sombra dos ipês floridos.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®

Ilustração / Imagem Pinterest

segunda-feira, 21 de julho de 2025

Arrebatamento


Arrebatamento

Embriago-me das setas atiradas
E deixo escorrer os suores etílicos
Das tuas palavras, ontem anunciadas,
Sobre meu alvo pulsante e idílico.

E vens num sonho que atravessa
As brancas paredes do meu quarto
Aproximando-se sem pressa
Da penumbra que contigo reparto.

E retiro do meu ventre a recusa
Dos meus seios o medo e a espera
Para enfim me abrir à tua luz sincera.

E assim, no gesto onde o corpo repousa
Sou tua, sem véus, em febre e ventura,
Rendida em ti, ao desejo e a loucura.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®

Ilustração / Imagem Pinterest

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Beijo da Manhã



Beijo da Manhã

De prazer e amor são os apaixonados
No beijo da noite e no sorriso da manhã.
São dois corações felizes, compartilhados,
Por momentos febris com gosto de maçã.

No lençol da manhã, ainda mora o desejo,
Entre suspiros e migalhas de paixão.
Olhares sussurram segredos num beijo
E os corpos florescem na mesma canção.

O vento do inverno carrega promessas,
Num abraço quente para se aconchegar.
A cada gesto tudo se enlaça e recomeça
No prazer dos amantes a se entregar.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®

Ilustração / Imagem Pinterest

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Beijo da Noite



 Beijo da Noite

A paz que desce sobre a noite cresta ondas de ternuras sobre minha alma morena. 

Lustra meus lábios com brilhos ardentes de teus beijos onde as estrelas do céu vem suavemente pousar lumes na minha boca.

Incitam-me piscares sobre os incansáveis campos dos teus dias, desejosos por nós de infinitos prazeres multiplicando-se em beijos na noite.

Instigante, confessas-me que o noturno vem me amar, como só tu saberias me encontrar com a mesma cor em teu olhar, com a igual doçura daquela rosa que deixara ao meu lado para sempre te aguardar....

E não encontro sequer um não que o  retire desse meu colo atordoado,  por entre as seivas das minhas mãos envolvendo-te da minha pele recoberta de confissões e sonhos ansiosos que agora descem pelo corrimão do céu para que eu te enlace desejosa sob o edredon.

 E te quero comovido num profundo respirar em meus sentidos. E te aqueço do frio do inverno nas mantas do meu amor, pois teu corpo de loucuras e vertigens cingem-me das baladas que entorpecem as gravuras desenhadas na cabeceira da nossa cama desalinhada.

Rastreiam-me arrepios pela espinha, comprimindo os ares quentes dos becos sem saídas magnetizando teu tórax sobre meu ventre.

Transbordo-te num mar noturno sem salvação, náufraga no teu aconchego ao eternizar o calor dos lençóis e da noite arfante aos nossos ouvidos em delicias de amor.

 És meu louco do bem, entre céus e infernos, verões e invernos, borrascas e brisas, planícies e precipícios, águas marinhas e cachoeiras.

 Tu és o arquiteto do meu solo e o subsolo desse meu amor por ti.

E te elevo por ondas e desfiladeiros, pois ardiloso, 

bem sabes que és meu doce mar e toda essa minha inundação....

 Meu louco ! Meu prazer !


Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®


Ilustração / Imagem Pinterest

terça-feira, 1 de julho de 2025

Linguagem do Coração



Linguagem do Coração

Existem vozes que me levam a pensar
Que o amor renasce dentro do poema
E toda palavra se estende ao linguajar
De um coração sem qualquer estratagema.

É apenas coração pulsante, fervoroso,
Decifrando sinais para sua concepção
Ao refletir dogmas do tempo amoroso
Quase intangivel para sua transcrição.

E assim, me deixo guiar por entre os versos,
Onde o amor se revela em forma e essência,
Desatando os laços mais controversos
Num rito íntimo de pura reverência.

Pois há na poesia uma luz escondida,
Que do amor faz morada e argumento,
E ao nomeá-lo, devolve-lhe a vida
Como sopro etéreo do sentimento.

Vilma Orzari Piva
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sábado, 21 de junho de 2025

Minha Rua



Ilustração / I A

" Minha rua tinha casas brancas e coloridas
todas com uma área de varanda na frente
com mureta para apreciar o tempo e a vida." 
Vilma Orzari Piva


Minha Rua

A minha rua era cheia de crianças,
de todas as idades, tudo misturado.
Havia brincadeiras nas tardanças,
sem qualquer perigo no asfaltado.

Meninos com bolinhas de gude
jogavam no triângulo já riscado,
as meninas brincando com atitude,
saltando amarelinha, bem arriscado.

Ainda jogavam bola, drible e golzinho,
matança, pular corda e balança caixão,
muita correria no pega-pega, ou sozinho
no esconde-esconde, polícia e ladrão.

Era uma rua plena de vozerio e alegrias,
e nas calçadas, as pedras portuguesas
sabiam dos passos e das boas parcerias,
e do cheirinho dos quitutes sobre as mesas.

Minha rua não temia o passar das horas,
pois cada tarde era eternizada em harmonias.
Hoje mora, ali, o tempo das memórias d’outrora,
e da infância viva debruçada em belas cercanias. 

Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®



Obs  * Brincadeiras de crianças citadas na poesia  
       nem sempre conhecidas:
* Matança - essa brincadeira equivale ao jogo de "Queimada"
* Balança Caixão - uma variação do esconde-esconde 


segunda-feira, 16 de junho de 2025

Prelúdio Do Teu Olhar


Prelúdio Do Teu Olhar

Teus olhos atentos souberam projetar a solitude,
a distância e o silencio entre piscares de um desejo
e não posso negar que me habita essa tal virtude
de querer-te apaixonadamente despido num beijo.

Tuas mãos, mapas trêmulos na minha pele ardente,
escrevem segredos no véu do meu arrepio calado,
e no roçar dos nossos mundos, quente e urgente,
sou chama que se inflama no teu corpo derramado.

E se no teu olhar arde o mistério do infinito,
me lanço inteira nesse abismo que me consome,
feito verso febril no limite do que é bendito.

Que seja teu o fogo, o gozo, o sal do meu nome,
e que nessa entrega onde o pudor desfalece, admito:
que eu refloresça em ti - onde o amor se reconhece.


Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®


Ilustração / Imagem Pinterest

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Reverso



 Reverso

Não havia percebido a ferida do abandono
agarrada ao meu colo, num colar de angústias.
Tampouco pensei que tivesses tanto querer
respirando o meu ar quente, inconfessável.

O que sei é que não pude dizer todo o meu amor
debaixo da tua pele, incendiando cada poro meu,
nem do meu ser comovido misturado às tuas línguas
nas salivas e tremores, em ousadias do ontem.

Agora só resta o tempo para o desalinho,
teu cheiro escondido nas dobras da saudade,
e o eco da distância latejando em meu caminho.

Mas ainda que o tempo me roube o verso
teu nome escorre em mim feito vinho raro,
ardente presença embebido no meu reverso.


Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®


Ilustração/ Imagem Pinterest

sábado, 31 de maio de 2025

Ecos da Poesia



Ecos da Poesia 

Sei que não sou aquela que você pensava
Entre nomes suspirantes na costa do silencio
Tampouco sou matéria palpável que esperava
Caber num verso espelhado de prenuncio.

Mas ressurgi sobreviviente das tempestades
Procurando o farol da ilusão nos ecos da poesia
Com lágrimas nos olhos e sorriso de serenidade
Ao encontro do paraíso inalcansável da estesia.

Somos feitos das vãs ilusões murmurantes
Da complexidade de ser e do não existir
Um tanto do lume das esperas vibrantes
Na palavra que insiste em nunca partir.

E se não fui o fulgor de teus ideais,
Fui brisa entre as margens que soletraste,
Fragmento de luz no tempo que calaste.

Agora sou verso em abismos siderais,
Silêncio que canta essa ambiguidade,
Eco da palavra que em mim eternizaste.

Vilma Orzari Piva
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quarta-feira, 28 de maio de 2025

Cartografia do Sentir

 


Cartografia do Sentir

Há momentos que suponho ser um convite
A bailar no mais secreto dos meus sonhos
Esses ares de vento, numa lufada que permite
Aflorar o meu sentido de rio onde componho:

Ora remanso em teus braços de aconchegos,
De margens seguras e paisagem enluarada.
Ora cachoeira em teu corpo de desassossegos,
Em águas de alvoroço, em ti mergulhada.

Então sou a dança das águas junto ao vento
O ritmo das cheias, das chuvas, e das vazantes,
O sentido e o percurso do meu pensamento.

E quando em ti deságuo sem resistências,
Traço no teu corpo as rotas do meu sentir,
Mapa onde repousa minha alma em latências.


Vilma Orzari Piva
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terça-feira, 20 de maio de 2025

Espelho das Promessas




Espelho das Promessas

Olhei-me profundamente no espelho
E conferi meu rosto calmo e maduro
Na promessa que fiz a mim mesma
De não deixar que o mundo endureça
O que em mim é sonho e levezas.

Olhei-me e prometi deixar para trás
O que não mais encanta meu coração
Ainda que estivesse cheio de memórias
Pensando em alguém antes de mim.

Prometi não silenciar a alegria da minha voz
Se nelas couberem minhas escolhas
Prontas para vivenciar o que me habita
Porque em mim há uma força tranquila
De ser quem sou aprendendo a me olhar.

Portanto hoje escolhi lembrar-me ....
por amor a mim.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®


Ilustração / Imagem Pinterest

terça-feira, 13 de maio de 2025

Entrelinhas

 


Entrelinhas

Quando o dia escurece por sobre os telhados
E a luz da noite cintila em meus cantos dissolvidos
Vejo a face da tua ausência no meu vazio marejado
De águas silenciosas percorrendo roteiros ilhados.

Procuras o sonho, o incansável infinito dentro de si
O apagar das pegadas do ontem e a busca do novo.
As descobertas que curam feridas e o giro do tempo
Entre as buscas e as vozes que sabem dos teus ecos.

E surpreendes-me! Quantos experimentos e visões
Sonhando o invisivel para tuas mãos  de carícias
E para os ardores que acaloravam minhas pernas...

E revelas-me senhor de suas próprias decisões,
Capitão de seus próprios mares de pericias,
Hábil guardador das entrelinhas eternas.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®


Ilustração / Imagem Pinterest

sexta-feira, 9 de maio de 2025

Entre Letras e Silencio


Entre Letras e Silencio

Não há outro ontem que me deixa em poesia
Além desse secreto concluio entre letras
Mostrando minhas dores nessa travessia
Conjugada pelo sentido quando me encontras.

E volto a ti trazendo a marca do sonho,
Do espelho, da cumplicidade, da inspiração,
Da vontade entre frestas que te proponho
Sonhar mais alto marcando alma e coração.

És meu farol, o abrigo da tua ausência,
E minha rima o eco da tua saudade,
Na eternidade sutil da tua presença.

Pois mesmo no silêncio, há claridade,
Quando teu nome pulsa em minha essência,
E o verso se escreve em pura verdade.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®


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quinta-feira, 1 de maio de 2025

Fuga e Morada

 


Fuga e Morada

Fugi sem planos, só com saudade,
Como quem corre sem olhar pra trás.
Mas no teu olhar havia verdade,
E nos teus braços, a minha paz.

Era fuga, mas virou morada,
Teu toque fez do sorriso um lar.
No silêncio da estrada desolada,
Foi teu nome que veio me guiar.

O mundo girava em desalinho,
Mas teu sussurro acalmou meu ais.
Transformou poesia em caminho
E fez dos meus medos, nunca mais.

Hoje entendo: a fuga era sorte,
O acaso que o amor desenhou.
Pois se o destino escolheu o norte,
Foi teu coração que me encontrou.


Vilma Orzari Piva
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sexta-feira, 25 de abril de 2025

Céu da Noite - Haicai




É noite alta
Brilham estrelas e o luar.
O´contemplação!

*
Vilma Orzari Piva
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segunda-feira, 14 de abril de 2025

Bálsamo da Noite




BÁLSAMO DA NOITE

Pé ante pé, entraste na minha casa onde ali estancou o tempo
Da minha espera respirando teus versos manchados do ontem,
Adentrou meus corredores refletidos nos espelhos emoldurados
Nas paredes brancas que gritavam a tua ausência e distância.

Ah....ouviste meus gemidos diante da lua mensageira
Enquanto as estrelas brilhavam pela imensidão da noite
E acordava a feiticeira dos teus abismos em meus temores
Encrespados do bálsamo que transpira a minha doce pele.

E abriram-se novas portas para surpreender o amor e a paixão
Diante dos meus olhos incendiando momentos guardados
Retorno aos passos entrelaçados, entre sombras e promessas,
Bem ali, no limiar dos sortilégios e da carne estremecida,
Curei tuas feridas e fui tua – no feitiço doce da espera consumada...

Vilma Orzari Piva
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domingo, 13 de abril de 2025

Iluminação



 ILUMINAÇÃO


Rompe o azul depois da tempestade
E o céu tinge-se de luz e de bons ventos.
Nuvens brancas passeiam em irmandade
Bordando panos de fundo para meu alento.

Talvez essa luz que deixaste acesa entre versos
Revigore atos silentes das sombras e silêncios
E surpreenda todo espaço de desejos imersos
Após tua ida ao íntimo das clarezas que enuncio:

Talvez sejamos atores de um folhetim no palco da vida
Sob as vestes da iluminação transcendente das perdas
Libertos das correntes, quiçá da morte, em sobrevidas,
Num raio de luz viajando roteiros de voos frementes.

E o real está no imaterial da Arte nesse profundo sentir
Evocando a dramaturgia inefável da completude a luzir.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®



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segunda-feira, 7 de abril de 2025

Quase



Quase

Quase me entrego ao teu olhar de procuras
pensando que tua voz havia me chamado
diante das arquiteturas do silêncio que me rodeia.

Quase proferi palavras da mais pura inspiração
na clara escrita do meu carinhoso íntimo
para tua pauta de buscas pulsantes de emoção.

Quase delirei diante do espelho que me refaz,
mulher invizível no teu peito atraente de paixão,
apaziguando as minhas horas de solidão...

Assim bordei teu nome na trama do tempo
habitando o presente e as páginas do ontem
E quase o vento levou meu sussurro indeciso,
deixando no ar o perfume da hesitação,
num instante eterno entre querer e partir...

Vilma Orzari Piva
Direitos Autorais Reservados ®


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