O Tempo

 

O Tempo

O tempo tem nos aguardado presentes

E pacientemente esperou a primavera

Para reflorir nossos caminhos de alegrias.

Ele tem exalado nossos perfumes de outrora

Com saudades da nossa vontade de amar.

Tem deixado em tua boca o meu paladar,

Em tuas mãos as ondas da minha cintura

E em teu olhar meus seios despertando manhãs.

O tempo tem conspirado minhas vontades

Para lembrar-me dos calores dos teus versos

E da tua voz penetrando em meus ouvidos

Á mercê das nossas noites de ilusões .

Talvez haverá outras noites imprevisíveis

Para acariciar-te em meus prováveis beijos

E reconhecer-nos amantes das alvoradas!

Vilma Orzari Piva

Direitos Autorais Reservados

Ilustração: Imagem Pinterest

Ardências de Amor

Ardências de Amor

As noites tecem pausas no meu rosto

Entre lágrimas sentidas que me calam

Enquanto vou suspirando pelo teu amor.

As noites insistem recordar nossos destinos

Forjando caminhos entre a razão e o coração.

Tenho pressa dos nossos desejos espelhados,

Da tua voz alcançando labirintos que me soltam

E me prendem em fundos espaços.

Dos meus seios passeando no teu peito

E das minhas pernas a procura das tuas.

Daqueles olhares na certeira invasão de possuir-me

Com a fome de um tempo escasso de cerejas

Degustado ao paladar de nossas bocas de beijos.

E no fogo da memória estamos nós gravados,

Despertos entre arder e amar, felizes de amor!

Vilma Orzari Piva

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Amor e Saudade

AMOR E SAUDADE

Amo teu coração de amor e tuas mãos de trigais

Que semeiam estações no estirar dos teus braços

Espreguiçando sois sobre as águas dos remansos

E por sobre meus olhos após chuvas e vendavais.

Amo tua língua móvel passeando nos meus lábios

E a doce embriagues com que decalcas minha boca

Na madureza do teu peito, descobrindo-me louca

No calor da paixão boca a boca dos nossos cios.

Amo teu olhar atento às minhas profundezas

E o eco dos teus passos nos meus labirintos;

O perfilar das pegadas de amor nos recintos

Deixando marcas e sentidos da tua nobreza.

Amo o amor que te tenho porque nele tu és

O desatar da espera e o abrangente motivo

Com que me levas ao pulso do tempo lenitivo

Dessa saudade caminheira presa aos nossos pés.

Vilma Orzari Piva

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Enamorada

 

ENAMORADA

Enamorada, hei de viver, vivendo 

Um só destino para duas vidas

Cúmplices, recíprocas, nascidas

Do amor soberano, sempre amando.

Na dor e na alegria das minhas juras

Seladas com elos de cuidar dos desejos

Do corpo e coração em nome dos beijos

Que me levaram felizes à divina clausura.

Ampla de amor estreitada de aromas

Secretos e diretos entre florais e meios

Nas entrelaçadas ordiduras sobre meus seios

Que tecem três palavras em ti na redoma:

Eu te amo! Por cima, por baixo e ao lado,

De frente, de perto, por dentro e por fora,

No costado da distância que o tempo ignora

Pois me fez senhora do amor para teu reinado.

Vilma Orzari Piva

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Ao Mestre Com Carinho

Ao Mestre Com Carinho

Quando enfim eu estiver contrita

No ardil silencioso de um soneto

Lembrarei de ti, pondo-me aflita,

Nos degraus de um quarteto.

Hei de errar bem mais que pode

Qualquer aprendiz de nobres rimas

No labor do conteúdo que eclode

A legítima arte das obras-primas.

Mestre Poeta, grande sonetista,

Tua saga nos quatorze versos

São acertos que  tua alma dista

De erros tracejados ou equilibristas,

E nem ceifam minúcias no reverso

Das tuas lavras poéticas, artísticas.

Vilma Orzari Piva

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Haicai - Céu

 

Céu de Brigadeiro

Tarde azul, solar,

De  céu de Brigadeiro_

Viagens à vista.

*

Claro céu de  anil,

Azul rendado de nuvens

Trafegam mil vôos !

Vilma Piva

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Ilustração: Imagem Vilma  Piva

Teu Chamado

Teu Chamado

Sobrevive ao tempo o teu chamado, 

mergulhado à sombra dos meus desejos,

quererendo-te debaixo da minha lingua

renascido no prazer de nos amar.

E tu vens, palavra à palavra vibrar

no encanto da minha boca lirica

desenhando em meus doces lábios 

a atração dos segredos enluarados.

E abarrotas-me de amor e  ímpetos

ao teu corpo de enredos e solitudes

para que me encontres deliciosamente

sucumbida ao teu fogo ardoroso.

Dentro de mim peço-te que fiques

desfrutando cada poro meu

enquanto te faço meu poema

no prazer do teu corpo no meu.

Vilma Orzari Piva

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Fervor das Águas

Fervor das Águas

Não há gesto ou verdade

Que desabite nossos corpos das loucuras

Porque de ti vem esse fogo de bravuras

Ungindo meus seios de ardências

Nas brasas do teu corpo nu.

E nada tem mais sentido

Do que esse fulgor de vastidão

Quando tu descerras carne no meu ventre

Precipitando o fervor das águas

Nas espumas das arenas rendidas

Por tuas lavas viris de sexo e paixão.

Vilma Orzari Piva

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Fervor de las Aguas

No hay gesto o verdad

Que desabite nuestros cuerpos de las locuras

Porque de ti me viene ese fuego de bravuras

Ungiendo mis senos de escozores

En las brasas de tu cuerpo desnudo.

Y nada tiene más sentido

que ese fulgor de vastedad

Cuando tú desciendes carne en mi vientre

Precipitando el fervor de las aguas

En las espumas de las arenas rendidas

Por lavas tuyas viriles de sexo y pasión.

*Tradución Rosa Buk

Ilustração: Imagem Pinterest

Silêncio I

 

Silêncio I

É tarde. Não há barulho.

Ninguém. Nenhuma voz.

O dia combalido

Trancou a estrela noturna

No vagão das promessas.

Encadeou a mais bela lua

Na nave silenciosa do teu peito

À espreita do abandono do meu leito.

Insone, bafejou-me cílios absurdos

Estreitando pelos ares suspiros e frestas,

Abraçando-me em liquidez cortante

A madrugada calada sob essa noite indigente...

E paciente.... aguardo-te no ruído da brisa quente....

Vilma Orzari Piva

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Íntimo

 

ÍNTIMO

Há sempre algo remoendo

Nesse ar que respiramos:

Um tanto de ternura e desejo,

Um tanto de perfume e beijo.

É algo que provoca, morde

O coração das palavras

Num tanto de juras e promessas,

Num tanto de carícias sem pressas.

Fica no ar algo implacável

Tão certeiro que não cede,

Nem retrocede esse meu gosto

De ter tua boca plena

Na minha pele morena.

Fica sempre... sempre esse ar

De sentença movendo o tempo

Á espera do fim da tua ausência.

Vilma Orzari Piva

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