segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Renascimento



Renascimento 

Acostumada à tua presença, ao tempo e à forma de medi-lo,
de viver estações na plataforma do sonho, de visitar labirintos,
e de ouvir tua voz enlevando meus sentidos sob meus cabelos,
agora aceno à poesia e renasço, pra não deixar morrer meus instintos.

E amanhece um novo tempo, mas sem profundezas do que é apenas repetido,
surpreendendo meu olhar no limiar dos teus passos talvez cansados,
talvez voltados às tuas reflexões, desde o silêncio em que fomos detidos
por dias e noites, na tua clareza, até o final do nosso destino.

Compreendo que seja assim, pois não saberei caminhar na aurora
sem intensidades, nem sobre a superfície da memória de outrora;
sigo agora entre o real e o imaginado, recolhendo saudades.

Pois de tudo resta o sopro, um aceno, um traço, o agora:
a lembrança a pulsar nas dobras do caminho que aflora
o meu renascer levando teu toque pleno de eternidades.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autoriais Reservados ®



Ilustração / Imagem Pinterest

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Sopro da Aurora


" Porque amar-te é estar em cumplicidades
E a vida, um canto em doces harmonias."
                 Vilma Orzari Piva

 Sopro da Aurora

Numa lufada de vento , um fôlego, uma respiração
A plenos pulmões, oxigenando o corpo e sentidos.
Momento para ouvir ecos e ver reflexos do coração
Ritimando o frescor aos meus batimentos emitidos.

Assim, amanheço ouvindo o vento por aqui passar
Trazendo o amor nas nuvens em busca de respostas
E por alguns instantes beijo-te com chuva na alma
Diante da tua sombra caminhante e exposta.

E quando minha alma desperta em claridade,
Sinto a paz erguer-se entre os meus dias,
Vestindo-me de mãos em fé e serenidade,
E renasço em versos, em cores e alegrias,

 Talvez por um instante, talvez por um caminho
Haverá flores no jardim mesmo após a ventania.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autoriais Reservados ®


quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Redenção


Redenção

Por entre as frestas do meu coração
O silêncio se fez como corte na carne,
Ao saber-se sem motivo e emoção,
Após deixar teus verbos sem encarne.

Não sabia que doía tanto a falta de ti,
Sucumbida ao vento, querendo tua voz,
Misturada à minha, desde que parti
Pra lugar algum, se tínhamos nós.

Em cada sombra que o tempo me devolve,
Teu nome ecoa em preces que não findam,
Detalhes do amor que a lembrança envolve.

Mas sigo entre ruínas, aprendendo a ser coerente,
Tecendo em mim a redenção que ainda habita,
Feito cicatriz viva, pulsando, presente.

E quando a aurora tocar teu coração distante,
Renascerei serena dessa dor impactante.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autoriais Reservados ®

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Canto da Paz




Canto da Paz

Novo dia, primeira luz,
desperta a passarada
e a cantoria reluz
na manhã abençoada.

É dia de sol e paz,
de unir sorrisos e abraços,
de secar lágrimas e cansaços,
num despertar tenaz.

Homens, mulheres, crianças,
refazem sonhos, esperanças;
e a paz, em branda espiral,
anuncia — é fim da guerra descomunal.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autoriais Reservados ®


Ilustração / Imagem Pinterest

sábado, 11 de outubro de 2025

Beijo Da Luz



Beijo da Luz

Ah, como é belo beijar o mistério da luz,
Deixar que o encanto em versos floresça
Sentir o amor que a poesia nos conduz
E o ser em alma e corpo se engrandeça.

É nesse fulgor que a alma se traduz,
Que o verbo em fogo e música acontece,
Pois do amor puro o tempo reproduz
A eternidade em tudo o que enternece.

Que o amor acenda a chama da serenidade,
E o silêncio em prece o ser reluz,
Em eco de divina claridade.

Se um verso toca o céu na intensidade,
É porque a alma, em sua plenitude,
Fez-se poema — e o poema é divindade.

Vilma Orzari Piva
Direitos Autoriais Reservados ®


Ilustração / Imagem Pinterest

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Vestígios ao Luar

Vestígios ao Luar

Reconheço teus passos nas ruas sem nomes,
Nesse mero existir que transcende a  ilusão
Das promessas como se  marcas uniformes
Desenhassem  dias de silêncio e instigação.

E entre sombras te vejo, fugaz, indecifrável,
Como brisa que beija e depois se desfaz,
No espelho da memória, és toque insondável,
Ecoando bons ventos que o tempo nos traz.
 
E como quem busca vestígios do que foi essência,
Reconheço a nostalgia que insiste em nos envolver
E ainda que não me chames sei-te em cada ausência
Pois és o luar que ilumina sem jamais se perder.

Talvez amanhã o dia renasça bordado de amor
E te encontre saudoso da magia de nós dois.....

Vilma Orzari Piva
Direitos Autoriais Reservados ®


Ilustração / Imagem Pinterest