terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Mar de Amor


MAR DE AMOR

Do amor, tu és a luz por entre as brumas dos mares que ao longo dos dias segregam silenciosamente ao leme desse barco, à revelia dos meus mapas, e levam-me ao destemor dos ventos sobre as milhas azuis nas ondas do teu condado.

Navego por tuas rotas engenhosas que se transmutam em porto na minha voz murmurante de fulgores e nas espumas de teus beijos timoneiros na minha face. Neblinas-me ao chão, às costas do marejar enluarado de teu semblante distante e contas-me o que fui antes de ti: pequena presa aos cinturões foscos das mal desenhadas caricaturas de corais quebradiços em meus cabelos.

Engedras-me, esperançada, a vislumbrar a terra prometida em nossos corpos de vigílias e medos, ansiosos por vivendas às vésperas dos alcances das bonanças em nosso cais.

Materializo-te na proa desse sonho singrado pelas intempéries submersas do meu coração e sinto-me capitaneada por teu lastro certeiro, ancorando-me em tua direção.

E já não sou partida ou uma lágrima tragada. Sou por ti todos os rumos ao reencontro do teu amor iluminado, pois tu és todo advento crescente em meu ventre no roteiro da feliz chegada.

És a rara emoção das conchas sedentas por tuas palavras.... o arremedo litorâneo das tuas horas solitárias....a porção de areia tingida nas cores da tua praia.... o lual dos teus braços cansados no final da jornada.... o desejo embebido do teu riso livre dos ditames das togas consumadas na razão.

Debruças-me canções de remos, nesse transpirar ilhado em teu peito oceânico, encharcando-me de arrebentação ao balanço das águas espraiadas e sigo, molhada em teus braços de horizontes em teu mar de amor.

Vilma Piva
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