BALADA DA AUSÊNCIA
*Poema inspirado num olhar reflexivo sobre o "Alzheimer"
O nada tem estado no teu olhar inquieto
Ao sentir as visões que povoam a mente
Perguntando nomes ou algo quase secreto
Entre lembranças revestidas do presente.
E como nem todo silencio é esquecimento
Os dias se fazem de tuas quase ausências,
Morosamente caladas em vivo pensamento,
Sabendo-se incertezas em permanência.
E ao cantar do vento na tua solitude
Clamas por alguém por clemência
Movido pela música da inquietude,
Repete-se as dores da jornada da essência.
E eu, hoje, espiando pelas frestas da finitude
Ouço a irremediável balada da tua ausência!
Vilma Orzari Piva
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