Pétalas do Sentir
©Vilma Orzari Piva. Todos os direitos estão reservados. All rights reserved. DO NOT COPY.
Pétalas do Sentir

Rastros De Ti


Fênix

Dias e Noites
Liturgia do Ser

Sopro da Aurora
Redenção

Novo dia, primeira luz,
desperta a passarada
e a cantoria reluz
na manhã abençoada.
É dia de sol e paz,
de unir sorrisos e abraços,
de secar lágrimas e cansaços,
num despertar tenaz.
Homens, mulheres, crianças,
refazem sonhos, esperanças;
e a paz, em branda espiral,
anuncia — é fim da guerra descomunal.

Beijo da Luz

Vestígios ao Luar
Mar de Luzes


Versos em Vigilia
Beijo da Noite
A paz que desce sobre a noite cresta ondas de ternuras sobre minha alma morena.
Lustra meus lábios com brilhos ardentes de teus beijos onde as estrelas do céu vem suavemente pousar lumes na minha boca.
Incitam-me piscares sobre os incansáveis campos dos teus dias, desejosos por nós de infinitos prazeres multiplicando-se em beijos na noite.
Instigante, confessas-me que o noturno vem me amar, como só tu saberias me encontrar com a mesma cor em teu olhar, com a igual doçura daquela rosa que deixara ao meu lado para sempre te aguardar....
E não encontro sequer um não que o retire desse meu colo atordoado, por entre as seivas das minhas mãos envolvendo-te da minha pele recoberta de confissões e sonhos ansiosos que agora descem pelo corrimão do céu para que eu te enlace desejosa sob o edredon.
Rastreiam-me arrepios pela espinha, comprimindo os ares quentes dos becos sem saídas magnetizando teu tórax sobre meu ventre.
Transbordo-te num mar noturno sem salvação, náufraga no teu
aconchego ao eternizar o calor dos lençóis e da noite arfante aos nossos ouvidos
em delicias de amor.
Tu és o arquiteto do meu solo e o subsolo desse meu amor por ti.
E te elevo por ondas e desfiladeiros, pois ardiloso,
bem sabes que és meu doce mar e toda essa minha inundação....
Ilustração / Imagem Pinterest
Ilustração / I A
Minha Rua
A minha rua era cheia de crianças,
de todas as idades, tudo misturado.
Havia brincadeiras nas tardanças,
sem qualquer perigo no asfaltado.
Meninos com bolinhas de gude
jogavam no triângulo já riscado,
as meninas brincando com atitude,
saltando amarelinha, bem arriscado.
Ainda jogavam bola, drible e golzinho,
matança, pular corda e balança caixão,
muita correria no pega-pega, ou sozinho
no esconde-esconde, polícia e ladrão.
Era uma rua plena de vozerio e alegrias,
e nas calçadas, as pedras portuguesas
sabiam dos passos e das boas parcerias,
e do cheirinho dos quitutes sobre as mesas.
Minha rua não temia o passar das horas,
pois cada tarde era eternizada em harmonias.
Hoje mora, ali, o tempo das memórias d’outrora,
e da infância viva debruçada em belas cercanias.
Ilustração / Imagem Pinterest