NO LIMIAR DO INVERNO
Não mais importa o vento do outono
Nutrindo folhas já amareladas,
Tão pouco as vozes das madrugadas
Querendo sonhos de abandonos.
Eis que a luz insurge das centelhas
Tremulando a calidez do sereno
Sobre as casas de sol ameno,
Às portas do inverno, sob as telhas.
E deixo o sol entrar batendo na soleira
Dessa minha textura de lareira
Ardendo mantas de aconchegos,
Entre paredes, em panos de fundo,
No aceso da órbita do meu mundo
Sonho-te acalorado em meus chamegos.