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domingo, 22 de agosto de 2010

O Homem e o Poeta

Imagem by Paulo Madeira

O HOMEM E O POETA
O homem trava sua íntima luta convencido do real sobre tudo o que se tem provado, desmistificado há séculos e o que se vem desvendando sobre o universo, sobre o movimento da terra, sobre as rotas dos cometas e dos foscos estilhaços que vagam pela estratosfera. Sabe da composição cósmica, dos satélites, das estrelas, da velocidade da luz, do chão lunar, da explosão nuclear, das experiências siderais, no entanto nada disso o satisfaz, não o completa, não o preenche. Ele tem dentro de si um inquisidor, um observador, um descobridor nato sob o prisma de seu olhar....E a razão argumenta a cada vez que os olhos do homem se erguem para contemplar o céu....

Ele reconhece que tudo está como sempre esteve no universo, silenciosamente confirmados entre as constelações e os planetas, entre o dia e a noite, entre as estrelas e os cometas.
Mas o homem insiste e se projeta em sua busca. Estende seu olhar, adentra o cosmo, e num piscar de olhos vê-se flutuar movido pela força da galáxia de seu coração....
Descobre-se em combustão, desprendido da razão ele paira sobre o universo, tal qual um grão de poeira cósmica admirando novas formas do caleidoscópio celeste e na sua retina tudo gira num mosaico de vertigens.

É um momento mágico, telúrico, deparado-se o homem com o poeta.
E ampliam-se ecos de risos e lágrimas, painéis de claridades e névoas emoldurando-se de grandiosidades....Sutilezas que só os seus olhos conhecem e os desvendam para o mundo.
Conversa com as estrelas, decifra partituras do silencio e sorri iluminado para o sol ao distinguir luzes no altar da lua..... Ele respira vidas pela imensidão..... Identifica-se. Vê mil olhos que brilham, mãos que chamam, lábios que convidam horas canônicas pelo orbe e encontra-se no trafego das próprias mãos e não mais se detém. Ele escreve.

Entrega-se ao ofício de poeta e deixa-se sonhar com a luz no final do túnel, no qual misteriosamente ele transcende e não há argumentos que o convença a não contar, desvendar ou ouvir estrelas...
Sobrepõe-se à sua razão o sensitivo de sua alma e coração, a emoção do seu olhar abduzido pela galáxia pulsante de seus sonhos e crenças de fé na plenitude dos alcances da sua inspiração.

 

Vilma Piva
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